quarta-feira, 20 de maio de 2009

Roleplay de Street Fighter.

Olá amigos...

Bom, antes de se discutir sistemas, apresentar os capítulos do livros básico, eu gostaria de focar um assunto interessante, o roleplay de Street Fighter.

Mas o que é o roleplay? Em uma sessão de RPG, quando estamos jogando passamos a agir como se fossemos aquele personagem, de acordo com o carater e a índole criadas e pensadas para o personagem daquele jogador. Se ele é um boxeador aposentado e ranzinza não vai rir facilmente das piadas de um kickboxer jovem e folgadinho.

Para jogadores iniciantes pode até parecer um pouco complicado, mas veremos que não há muitos mistérios, bastaria entender o seu próprio personagem.

Duas situações sobre a mesma ação em uma sessão de jogo:

Primeira com pouco roleplay.

Jogador do kickboxer diz:
- Danço na frente dele para provoca-lo.
Jogador do pugilista diz:
- Eu o ignoro.

Segunda com mais roleplay.

- E ai Marcus? Tás velho e não aprende a usar as perna? (faz jogo de pernas enquanto fala errado mesmo)
- Sou um pugilista top porque aprendi a socar e não a dançar... (fecha o olhar)

Quando a interação entre esses dois é representada com dialogos apropriados ao "background" (explico esse termo logo adiante) está se intensificando o roleplay. Durante as partes do jogo que ocorrem fora de um ringue, o roleplay é importante para não transformar uma mesa de RPG de Street em algo pouco mais interessante que mover pinos em um tabuleiro ao gosto dos dados.

E roleplay em torneios é válido? Isso pode variar, há quem ache que por ser estratégico, Street Fighter RPG é quase tratado como um xadrez durante os combates em torneios.

"Qual golpe posso usar contra esse maldito Suplex?" ou "ele vai emendar um combo depois desse Jab, aposto!".

Mas há quem curta expressar as "palavras de ativação", palavras como os famosos Hadoken ou Sonic Boom que ouvimos os lutadores falar durante as lutas, ou então falar como seu personagem e vibrar ou lamentar como o mesmo dependendo do resultado do combate.

O importante é que Street Fighter não é um "video-game com dados". Para muitos jogadores do vídeo-game ou do arcade que começam a ler o guia é quase um fato recorrente a comparação entre os golpes do jogo eletrônico e as manobras do RPG, sendo que o RPG tem movimentos exclusivos e que já são parte da dinâmica do mesmo; Street Fighter RPG é um jogo tridimensional ao contrário do jogo que a linha de ação é justamente "uma linha" em 2D. Golpes como Flaming Dragon Punch podem acertar várias direções no ar, o famoso "Eletric Thunder" do Blanka pode atingir em um 360º e por ai vai. Dessa forma o caráter do RPG de SF é um meio termo entre o vídeo-game e a representação em outras mídias, como animes ou filmes, infelizmente a White Wolf explorou essa nova face de SF de forma estranha em seus suplementos, adicionando elementos alienigenas ao universo de Street, como hibridos de animais e seres elementais. Não que personagens como Twelve, Rose ou Necro pareçam normais, entretanto não há uma necessidade real de se criar classes novas (e upadas) para representa-los.

Essa visão de roleplay também ajuda quando se tem um golpe novo no jogo que não está listado no Guia Básico. Pela internet vemos inumeras listas criadas com golpes novos e que podem arrasar uma mesa por falta de balanceio. As vezes o golpe já existe, basta vermos ele de outra forma, comentarei isso mais detalhadamente em outro tópico. Se você quer jogar com um lutador de Judô ou de Taekondô, não se chateie se não aparecem esses estilos no Guia Básico, basta olhar com atenção Sanbô, Naw (apelido para Luta Livre Nativo Americana), Sumô ou Karatê, para o segundo caso.

Outra coisa divertida é quebrar um pouco o estereotipo dos Estilos: Aquele nerd magricela pode ser um lutador de Sanbo ou Sumô. Aquela moça valentona tem apenas Vigor 1. O lutador de Sumô usa "Sonic Boom"?? Aquele lutador de Shotokan usa um gi rosa choque e cabelos coloridos. Quando isso acontece, tornam-se menos previsíveis as apostas tanto dos personagens como dos jogadores. Como uma garotinha como Sakura poderia derrubar um gigante como Zangief?

O mais importante é saber o que é apropriado para cada momento do jogo e afinar isso com seu grupo de jogo para não ler o guia cheio de espectativas e se frustrar durante as partidas.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Primeira Sessão...

Lá se vão dez anos desde que a Trama Editora publicou Street Fighter - The Storytelling Game, aqui no Brasil com o subtítulo "O jogo de RPG".
O jogo adapta um ícone dos jogos de luta que era febre nos anos 90 e até hoje possui fãs, Street Fighter II e posteriormente Super Street Fighter II...
O RPG fala sobre o universo dos lutadores de rua iniciantes até os Guerreiros Mundiais, mestres em cada um dos estilos de luta conhecidos e seu envolvimento com as máfias como a maior de todas, a Shadaloo.
Possuindo um sistema de combate único e ágil, SF RPG fez em pouco tempo muitos adeptos, todos teriam um excelente jogo de estratégia ao alcance de um D10 e um tabuleiro de hexagonos.
Infelizmente esse foi o único material que chegou ao nosso país, sem um acordo claro sobre os direitos de tradução e publicação e com o cancelamento do jogo nos EUA, restou a grupos de tradução nacionais publicarem material inédito, como Guia dos Jogadores e suplementos com novas manobras e estilos de luta, não sendo difícil encontrar esse material na internet.
Bom, outras séries surgiram depois de 1994, ano em que o jogo foi criado nos EUA, logo os jogadores, avidos por aventuras poderiam ficar imaginando como colocar novos heróis desses jogos no seu tabuleiro.
Dos jogos que surgiram, temos como os mais marcantes: série Alpha (Zero no Japão), Street Fighter EX e Street Fighter III. Recentemente surgiu o último jogo da franquia, Street Fighter IV, que se passa entre os jogos II e III da série.
Cada um desses possuem novos lutadores, novos golpes, novas histórias.
E é aqui que eu entro.
Parte do material inédito no Brasil parece não ter o mesmo foco que o guia básico, coisas como Hibridos de homens com animais, ciborgues e manobras estranhas foram adicionadas tornando uma mesa de RPG em algo que pode se tornar uma total frustração com personagens toscos e desbalanceados.
Procurando manter o espírito original de Street Fighter, este blog irá publicar material alternativo, sem nenhum fim lucrativo, envolvendo as séries de SF posteriores a 1994 e adaptando o material inédito no Brasil para que se torne algo mais próximo do enredo original de Street Fighter.
Se leu até aqui, agradeço e seja bem vindo a Street Fighter RPG 2.0.
Em breve os primeiros materiais estarão disponíveis.
Um grande abraço.

Mário Bros Zani